quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O essencial que ainda habita

 *O essencial que ainda habita*

Que eu viva —
e reviva —
a cada instante.
Pois me descubro
a cada novo tempo,
mesmo estando adormecida.

Eu quero que vivas em mim,
assim como vivo em ti.
E que, em cada desesperança,
encontres em mim uma nova chance.

Sou um teatro sem plateia,
uma vida sem comédia,
um drama circunstancial...

Mas sei que em mim ainda habita o essencial.
Me mostro ocasional,
me finjo de intelectual,
mas no fundo —
sou um ser irracional
com um pouco de sanidade
vivendo nessa sociedade

...onde o errado parece certo,
e todo mundo finge estar perto
daquilo que sempre desejou.

Uma vida sem amor,
sem algo a se opor.
Fingindo não ver,
tentando esquecer,
não querendo perceber —
talvez pra não sofrer.

Mas se você,
ao menos,
quisesse ver...
talvez pudesse entender.

Eu,
que tanto tenho a dizer,
às vezes me calo
pra não ser rejeitado.

Sou um ser
sem identidade,
vivendo de vontades,
me escondendo da dor —
sem saber que minha alma
só procura por amor.


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