quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nascida do inverno

Nascida do Inverno

Nascida do inverno,
ela invade sua vida sem deixar marcas.
Chega e se vai sem ser percebida —
e você nem nota.

Nascida do inverno,
ela ainda tem fé.
Pura e singela,
ainda reza
em meio à destruição.

Enquanto ela chora,
todos riem, sem nem notar.
Em meio à destruição,
você fecha os olhos
e pode senti-la.

Num mundo perdido,
sem salvação,
você grita —
e ninguém vem segurar sua mão.

Mas ela…
Nascida do inverno,
ainda acredita em você.

Suas lágrimas caem
enquanto ela reza.
Sua doce presença,
muitas vezes, nunca é notada.
Mas ela está aqui.
Acreditando em um final feliz.

O essencial que ainda habita

 *O essencial que ainda habita*

Que eu viva —
e reviva —
a cada instante.
Pois me descubro
a cada novo tempo,
mesmo estando adormecida.

Eu quero que vivas em mim,
assim como vivo em ti.
E que, em cada desesperança,
encontres em mim uma nova chance.

Sou um teatro sem plateia,
uma vida sem comédia,
um drama circunstancial...

Mas sei que em mim ainda habita o essencial.
Me mostro ocasional,
me finjo de intelectual,
mas no fundo —
sou um ser irracional
com um pouco de sanidade
vivendo nessa sociedade

...onde o errado parece certo,
e todo mundo finge estar perto
daquilo que sempre desejou.

Uma vida sem amor,
sem algo a se opor.
Fingindo não ver,
tentando esquecer,
não querendo perceber —
talvez pra não sofrer.

Mas se você,
ao menos,
quisesse ver...
talvez pudesse entender.

Eu,
que tanto tenho a dizer,
às vezes me calo
pra não ser rejeitado.

Sou um ser
sem identidade,
vivendo de vontades,
me escondendo da dor —
sem saber que minha alma
só procura por amor.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quando não é o bastante



Quando Não É o Bastante

Quando muito não é o bastante,
as consequências te assustam —
mas você não sabe quando parar.
Tem medo do que pode encontrar,
e ainda assim se entrega,
sem saber o que está por vir.

Quando muito não é o bastante,
você se esquece de tudo o que conquistou.
Nada tem valor.
Porque está ocupado demais procurando algo novo,
algo que te faça sentir diferente
de tudo o que já sentiu.

É um caminho sem volta.
E no fim,
você só tem a si mesmo.
Num lugar onde ninguém mais pode te encontrar.

Você tem medo das consequências.
Mas não sabe como parar.
Se entrega ao imediatismo cego,
em busca de um novo impulso,
de uma fagulha,
de qualquer coisa que te lembre
que ainda está vivo.

Mas foi você quem fez suas escolhas.
E agora, não tem como voltar.
Não tem como se arrepender.
É um caminho sem retorno.

E, pra você,
nunca é o bastante.

Coisa que me lembram quem eu sou

🌸 Coisas que me lembram quem eu sou🌸 Às vezes — na verdade, na maior parte das vezes — na correria do dia a dia, entre salas de espera de ...