Dá um nó na cabeça, no tempo, no coração.
A vida muda tão rápido — e muda tudo.
As certezas, os planos, quem a gente é.
A ficha foi caindo devagar,
como se eu estivesse acordando de um sonho que não escrevi.
Me vi tentando entender o que antes eu nem imaginava.
E, de repente, nada fazia mais sentido —
exceto você.
Já fazia alguns meses que o Ian tinha nascido.
E mesmo com o mundo em silêncio, confuso, cansado,
eu sabia:
eu já não saberia mais viver sem ele.
No meio da exaustão, do medo, das dúvidas,
um amor imenso foi crescendo em mim.
Não aquele amor idealizado — fácil, leve —
mas um amor de carne e alma,
feito de entrega, renúncia e descoberta.
Foi ali, nos dias mais difíceis,
que eu entendi o que é amor de verdade:
aquele que não desiste, que aprende a escutar no silêncio,
que reaprende a cada olhar, a cada gesto pequeno.
Um amor que me tirou do eixo,
mas me mostrou outro centro —
e ele, agora, tem nome.
O nome dele é Ian.